Correm as sombras
1 min readDec 3, 2019
A tarde caminhava a passos largos para o fim.
A noite quando chega
derrama sobre a Terra,
todo o seu mistério negro.
A minha própria sombra
parece ganhar dos meus passos trôpegos
de bêbado a buscar sentido,
um resto de luz escapa os dedos.
Uma porta de madeira velha e rachada
é empurrada para guardar-me do medo,
Tarde demais, a escuridão domina o lado de dentro.
A minha própria voz soa entrecortada como se debaixo d’água
revelando o mistério da fala submersa em escuridões alheias.
Não há luz, não há nada.